A rosa desabrochou o cravo amarelou e secou.
A rosa fugiu de madrugada o cravo envergonhou.
A rosa escreveu um bilhete o cravo leu e chorou.
A rosa anunciou o regresso mais o cravo já suicidou.
Eu o Zé amando a rosa mais de nada adiantou.
Rosa amou um jardineiro e sua pétala pisoteou.
Arrependida volta arrasada mais o Zé não acreditou.
Quebraram os acúleos da rosa o cravo não se importou.
Mas forneceu cartão vermelho, pois o coração do Zé azedou.
A rosa não teve reciclagem os bichos os devorou.
O Zé chora de saudade em tempos feliz que passou.
Rosa apodreceu no lixo e o mundo pro Zé desabou.
Perfume que ela exalava para mim de nada serviu.
Perfume que eu armazenava ela beneficiou e destruiu.
Sereno que derramou dos meus olhos por ela não diminuiu.
Estranho o mundo que eu moro, pois a rosa secou o seu pavio.
Sonho que estou amando a rosa mais também de sua ingratidão.
Igual raio dum temporal rebentou o meu coração.
Sem amor da rosa traidora hoje amo a solidão.
A rosa foi derrotada e o jardineiro eu mandei pro caixão.
Composta em 14 de novembro de 2006 – às 14h42