Estou na solidão vivendo no abandono, vivo desesperado afugentando o sono.
Com a carteira vazia distante do abono, meu amor me enxotou pertencendo a outro dono.
Minha casa está deserta cheirando museu, igual galo afinado da briga que perdeu.
Vive só fazendo acinte abraçando um pigmeu, desprezando o king kong depois que abasteceu.
Na rua colorida viajava com prazer, nos fiorde navegava vendo a maré crescer.
Na ilha da esperança tu me bronzeava sem eu ver, na curiosa caverna de estalactite em meu poder.
Alem brando daquela hora quase morro de chorar, beijos era na hora certa com abraços de esmagar.
No espelho da penteadeira cego sem enxergar, suores despejavam em loucura de amar.
Estou vendo em todos os cantos embora esteja distante, rindo nos braços do pigmeu fingindo de elegante.
Nós não comunicamos mais faço amor constante, dentro de quatro paredes o silencio garante.
Sem esperança desespero ansiando a felicidade, e tudo destruído intensifica a saudade.
Da rua colorida observo como num espelho, hoje tingida de preto e antes eram vermelhos.
Composta em 16/10/ 2006 Hora 22;47