Meus netos longe de ter barba mais estão virando cornos.
Gostam é só de amar em suruba catam chifres e ficam no torno.
Dizem estar em era moderna e o mundo não falta adorno.
Sem barba e já bem velhinho no caminho sem retorno.
Jovens com menos de vinte anos são enrugados e broche sem retoque.
Zé féle não estira e não engorda nem com calço escora ou durepox.
Da toca de tatu não descuida não sofre falta de reboque.
Profissão de catar cavacos cochila e torto igual bodoque.
Falam fino usando brinco amizade com toda gente.
Andam de grupos de quatro ou cinco e dicionário diferente.
Usam símbolos e palavras novas rapam sobrancelhas e faz permanente.
Requebram dança e faz fusquinha e na região torna atraente.
Cobertos de tatuagem são os vampiros das madrugadas.
Tênis de primeira linha calças pula brejo descorada.
Mas quem garante tudo é avo e mãe são só cornas de namorada.
Andam de braço dado mais o deles é outra encruzilhada.
Composta em 30 de outubro de 2006 – às 12h15