A gente chora, chora, chora. Chora por alguém que foi embora.
Estou sofrendo e não é de agora. Uma dor que com nada escora.
Fico sem ação em tudo dou o fora. A saudade que no meu peito mora.
Sem meu amor minha vida estoura. Lastimando e ninguém corrobora.
Tirando o leite da cabra ela chora. Chama o Zé eu sou sua senhora.
No galho da ameixeira vi angola. Em socorro senão ela estoura.
A cadela no terreiro não escora. Saudade deixa a língua cor de amora.
Marreca sacode a calda e enamora. Chama o amor não chegou na hora.
Bem- te- vi persiste chama sem dar o fora. O galo unido com ele colabora.
Junto com toda criação nós chora. É por amor que nosso coração estoura.
Sou que nem burro bravo fisgado na espora. Espera o amor que não vigora.
Em cooperação de amor não evapora. Daí toda criação comemora.
Esmiuçado arrefece quando amor explora. Choramos sentido ninguém ignora.
Estando vegetando não tem história. Junto da criação eu castigo a memória.
Encaroçado com prurido de catapora. Arrasado gavião tirou minha vitória.
Meu amor fugiu foi morar em Pirapora. Canto só chorando ausente da Aurora
Composta em 26/9/2014