Moro na enseada do monte onde o sol cedinho bate.
Daqui não mudarei por nada a não ser que alguém me mate.
Escuto a onça rugir na serra, e os cachorros que latem.
Delicioso é morar no mato sem ter alguém que maltrate.
Todos que o sitio abandona vai viver só de biscate,
Ficam mal ajudantes de pedreiros sem notar o disparate.
Ou va ter bolsa cidadã ou então viram mascate.
Único ramo que encontra é ser empregado de alfaiate.
Não quiseram enriquecer plantando soja e tomate .
Querem que eu diga mais uma coisa. No ridículo remate
Ou ficam batedor de carteira. Alcança ser só engraxate.
Ao ver modernos em carros novos eles correm comprar fiate.
Aqui o ensino transforma em homem. Imitam eu no caráter.
Vida em extremo sossego, Agua da mina e frutas laranja e abacate.
Ainda existem os borras botas fazem caçoadas e debatem.
Vivo sempre num paraíso. E não vivo a roer chocolate,
Escutem e volte no sítio. Abandonem o uso do craque.
Deixem em cheirar cola, Levando a vida em desgaste
Aqui existe amor de verdade. Enquanto os débeis estão em boates.
Composta em 9/7/18