Cheira a linda morena nadando em perfume e xampu.
Cheira o nariz do farmacêutico na farmácia em Botucatu.
Cheira o homem apaixonado a micro roupinha azul.
Beija flor cheira a rosa só não cheira o anum.
Também cheira a carniça o faminto urubu.
Violeiro cheira mulher bonita e não fica jururu
Vive cantando o sanhaço no alto mandacaru.
Canta sabiá na laranjeira canta a perdiz no murundu.
Canta chupim e pintassilgo lá na copa de bambu.
Canta só dinheiro grosso no banco suíço o Itaú.
Canta balas nas favelas canta a mulher do Artur.
Canta o bom violeiro desafio de cururu.
Vive gordo e roliço o bezerrinho zebu.
Vive sempre farejando o cachorrinho lulu.
Vive aplicando calote os borrachudos no abajur.
Vive bem em água doce lambari piaba e guaru.
Vive bem endinheirado quem enfrenta guatambu.
Violeiro bom vive cantando toada e lundum.
Há alegria ver as morenas no largo Paissandu.
Alegria dos corintianos no estádio do Pacaembu.
Alegria dos baianos planta e come jerimum.
Alegria dos advogados ver loucos formar guaiú.
Alegria dos garimpeiros pegar diamante Guaçu.
Alegria dos violeiros é dar bom trato no chuchu.
Composta em 3 de setembro de 2006 – às 15h30