Passo todo o tempo meditando a tragédia procurando se há alguém para amar.
Pensamentos margeiam nos recantos sem haver outra em seu lugar.
Olho a lua sozinha no firmamento o sol lagrimoso sem conter de chorar.
Vejo os passarinhos reunidos cantando feliz sem dividir os casais.
João de Barro ainda mais alegremente eu solitário sem conter o pesar.
Porque será que eu imito o sol e a lua e sem ter uma estrela para me abraçar.
Minha viola única fiel conselheira minha voz rouca sofre pros seus conselhos anota.
Minha boiada descansando me rodeia alguma coisa parece que quer perguntar.
Pois o patrão está emperrado não acha mais tempo para trabalhar.
Meu ninho que é minha casa carunchada também sofre esperando ela voltar.
Aquele cheiro que eu inalava com prazer aguarda o vento transportar para cá.
Aqui estou cabisbaixo só chorando com tua volta veraz como ta vazio nosso lar
Aquele aroma com morada feminina agora é cheiro de mofo vai encontrar.
Não voltando logo vai ter uma surpresa ossos secos até corvos vai abandonar.
Aquele recinto que reinava felicidade com ingratidão jamais concertará.
Uma visão rirá todo o momento com teu remorsos com choro acompanhar.
Composta em 30/10/ 2006 Hora 10;19